Congresso PrêmioABT 2025 celebra a inspiração e o legado na cultura de clientes

Palco do Congresso PrêmioABT de 2025, com cratazes e logo

O Congresso PrêmioABT 2025 celebrou 25 anos de legado na cultura de clientes com debates inspiradores sobre IA, propósito, liderança e felicidade no trabalho. O evento reafirmou o protagonismo humano na era digital e consolidou o PrêmioABT como referência nacional em CX

“Resistir, inovar e inspirar há 25 anos é uma conquista que só foi possível porque acreditamos que colocar o cliente no centro é um ato de ética, propósito e amor.”
Com essa frase, Miriam Garrido, fundadora e presidente da Garrido Marketing, abriu o Congresso PrêmioABT 2025, realizado em São Paulo, no Memorial da América Latina. A edição especial celebrou o marco histórico de 25 anos da premiação que se tornou referência na valorização das melhores práticas de relacionamento com o cliente.

Durante dois dias de conteúdo, networking e celebração, o evento reuniu mais de mil executivos, 110 palestrantes e 11 trilhas temáticas que refletiram a jornada de evolução do setor — da era analógica ao universo digital, da eficiência operacional ao propósito e da tecnologia à humanização.

Miriam relembrou a construção do prêmio e a força das empresas que o mantêm vivo: “Cada troféu representa uma história de aprendizado, resiliência e comprometimento com o consumidor. O PrêmioABT é mais do que uma cerimônia: é um movimento que moldou o jeito de atender no Brasil.”
A curadoria do congresso, afirmou ela, buscou provocar reflexão e reconexão com o essencial — o ser humano. “O cliente muda, as tecnologias mudam, mas a essência permanece: atender é cuidar”, completou.

Da história à era da IA: 25 anos de transformação

O painel de abertura, com o título de “25 anos de impacto e inspiração: a construção da cultura de clientes no Brasil e no mundo”, mediado por Roberta Godoi, CEO PME da Claro Empresas, trouxe uma imersão na história e no futuro da experiência do cliente. Participaram Alexandre Jal, Presidente da TMKT Brasil; Rouman Ziemkiewicz, cofundador da Mutant; e Dimitrius Oliveira, CEO Global da Atento (conteúdo gravado).

Roberta Godoi, CEO PME da Claro Empresas,
Alexandre Jal, Presidente da TMKT Brasil;
Rouman Ziemkiewicz, cofundador da Mutant;
Dimitrius Oliveira, CEO Global da Atento (conteúdo gravado).

A conversa percorreu as décadas que moldaram o setor, desde os primeiros call centers até a atual era da inteligência artificial generativa. Dimitrius Oliveira lembrou que a evolução tecnológica deve caminhar junto com o cuidado com as pessoas. “Não existe transformação digital sem a evolução humana. A tecnologia é uma aliada, não um substituto”, afirmou.

Alexandre Jal destacou o papel da regulação e dos avanços técnicos na construção da indústria. Ele relembrou a chegada das URAs, do Código de Defesa do Consumidor e da Lei do SAC como marcos de amadurecimento. “Essas mudanças colocaram o cliente no centro da operação e abriram espaço para a profissionalização que temos hoje.”

Rouman Ziemkiewicz, que começou a carreira como operador de telemarketing, lembrou que a tecnologia permitiu transformar o simples atendimento em experiência. “A grande virada foi entender que o cliente não quer ser atendido — ele quer se relacionar. E isso muda tudo.”

O painel encerrou com um consenso: o futuro da experiência será híbrido, inteligente e humano. “A IA é poderosa, mas o toque humano continua sendo o diferencial competitivo das marcas”, concluiu Roberta Godoi.

Seu próximo atendente não é humano — e isso já é realidade

O avanço tecnológico foi o tema da palestra “Seu próximo atendente não é humano – e isso já é realidade”, conduzida por Joseph Kulmann, CEO da Pessoalize.
Com cases reais, ele mostrou como a inteligência artificial de voz já atua em operações complexas de atendimento com naturalidade e eficiência.

Joseph Kulmann, CEO da Pessoalize

“Hoje, 60% das chamadas podem ser resolvidas por IA com empatia e fluidez. A questão não é se a IA vai substituir, mas como ela vai colaborar”, afirmou Kulmann.
O executivo defendeu que o sucesso da tecnologia depende da governança ética e da transparência. “Cada interação deve respeitar o consumidor e refletir os valores da marca. IA sem propósito é só automação.”A palestra despertou uma reflexão mais ampla sobre o papel do humano na era da automação. Para Kulmann, “a próxima década será sobre usar a tecnologia para sermos mais humanos, não menos”.

Ele encerrou com uma frase que ecoou no auditório: “Empresas que equilibram inteligência e sensibilidade não apenas atendem melhor — elas criam vínculos de confiança.”

Felicidade no trabalho é uma realidade

A palestra da Ana Maria Monteiro, CEO do Grupo AM3, mediada por Cláudia Wharton, diretora de Ouvidoria da Mapfre Seguros, emocionou o público. Com humor e franqueza, Ana abordou o tema “Felicidade no Trabalho, é uma realidade?”, transformando a reflexão sobre bem-estar em um chamado à ação para líderes e organizações.

Ana Maria Monteiro, CEO do Grupo AM3,
mediada por Cláudia Wharton, diretora de Ouvidoria da Mapfre Seguros

“Felicidade é uma habilidade que se aprende e se pratica”, afirmou. “Ninguém entrega uma experiência incrível se não vive uma experiência humana por dentro.” Para ela, o cuidado com as pessoas não é apenas um gesto, mas uma estratégia de negócio.
A executiva compartilhou dados recentes: empresas que elevam um ponto no índice de bem-estar podem crescer até 30% em produtividade, reduzir 33% de turnover e aumentar 84% o engajamento das equipes.

Ao lado da mediadora, Ana defendeu a substituição da meritocracia cega por culturas de empatia e reconhecimento. “Colocar puffs e mesas de pebolim não é felicidade. Felicidade é um líder íntegro que dá bom dia e escuta de verdade.”
Cláudia completou: “Quando a liderança humaniza, o cliente sente. Experiência começa dentro de casa.”

A palestra encerrou com uma provocação: “O futuro do atendimento depende do bem-estar de quem atende. Cuidar das pessoas é cuidar do cliente.”

Visão de CEOs: propósito é o cliente 100% digital?

Sob mediação de Neiva Dourado, CEO da Blue6ix, o painel “Propósito é o cliente 100% digital?” fechou o primeirodia de congresso. Ele reuniu Cléber Santos, CEO da Concentrix, Fábio Marques, CEO do Sem Parar, Gringo e Zapay, e Joseph Kulmann, CEO da Pessoalize.

Neiva Dourado, CEO da Blue6ix,
Cléber Santos, CEO da Concentrix,
Fábio Marques, CEO do Sem Parar, Gringo e Zapay, e Joseph Kulmann, CEO da Pessoalize

O debate girou em torno da digitalização e do equilíbrio entre tecnologia e humanidade. “O cliente é humano e continuará sendo humano. O que muda é o meio”, disse Cléber Santos.
Fábio Marques lembrou que a digitalização precisa servir às pessoas: “Tecnologia é meio, não fim. Ela deve simplificar a vida, não complicar.”
Kulmann completou: “Ser 100% digital é possível, desde que seja também 100% ético e inclusivo.”

O painel demonstrou que o futuro das marcas está na convergência entre automação e propósito. As experiências que unem dados, emoção e empatia são as que criam fidelidade genuína.

Excelência no relacionamento: o maior desafio

O segundo dia de congresso foi aberto com o painel “Excelência no Relacionamento – Qual o maior desafio?”, mediado por Monique Bernardes, Head de CX da XP Inc., reunindo Fábio Bittencourt, diretor de Customer Service do Carrefour, e Fábio Magalhães, superintendente de Clientes do Banco bmg.

Monique Bernardes, Head de CX da XP Inc.,
Fábio Bittencourt, diretor de Customer Service do Carrefour,
Fábio Magalhães, superintendente de Clientes do Banco bmg.

Os executivos abordaram o desafio de escalar excelência sem perder proximidade. “Excelência não é um destino, é um caminho. E cada ponto de contato precisa refletir o propósito da marca”, afirmou Bittencourt.
Magalhães completou: “Dados ajudam, mas o que diferencia é a sensibilidade. Entender o cliente é interpretar também o silêncio dele.”

O painel reforçou que a personalização e a escuta ativa são os novos pilares do relacionamento. Monique encerrou lembrando que a jornada do cliente é viva e mutável. “Quem quer entregar excelência precisa estar disposto a mudar junto com o consumidor.”

Liderança com propósito: começar por si mesmo

Na palestra “Para ser um líder de sucesso, comece por você”, Paula Pìmenta, Country Manager, Forever Living Products, compartilhou o valor da liderança autêntica. A palestra reforçou que a cultura centrada no cliente começa na cultura centrada nas pessoas.

Paula Pìmenta, Country Manager, Forever Living Products,

A executiva destacou que líderes inspiradores são aqueles que olham primeiro para dentro. “Autoconhecimento é a base da influência positiva”, afirmou. “Quem não se entende, não consegue compreender o outro — e, muito menos, o cliente.”

Entre os temas abordados, destaque para a importância da escuta ativa, da vulnerabilidade e da consistência no exemplo. “A coerência é o elo invisível entre propósito e resultado”, sintetizou.
Para Paula, o novo líder não é o que mais sabe, mas o que mais aprende.

Desafios do relacionamento no século 21: da era do atendimento à era do vínculo

Em uma palestra que provocou reflexão e aplausos, Juliana Pereira, Vice-Presidente de Clientes do Grupo Amil, abordou os “Desafios do Relacionamento com o Cliente em meio às transformações do Século 21”. Com sua habitual clareza e senso crítico, Juliana defendeu que o modelo clássico de atendimento está esgotado. “Precisamos sair da era do atendimento e entrar, de fato, na era do relacionamento”, afirmou.

Ela mostrou como a evolução tecnológica — da URA ao WhatsApp, passando pela inteligência artificial generativa — trouxe ganhos de agilidade, mas também expôs a urgência de rever conceitos. “A tecnologia é commodity. O verdadeiro diferencial está em como criamos valor e empatia a partir dela”, disse. Para Juliana, o foco das empresas deve ser o de construir relações de parceria com os clientes e integrar as áreas de atendimento à estratégia de negócio.

Juliana Pereira, Vice-Presidente de Clientes
do Grupo Amil

Com ênfase em sua experiência na área da saúde suplementar, ela pontuou a necessidade de um olhar humano e técnico. “Relacionamento é muito mais do que tirar pedidos ou medir indicadores. É entender o contexto, respeitar a dor e agir com propósito.”

A executiva da Amil destacou também o papel das lideranças e a urgência de investir em pessoas. “Não existe transformação sem gente engajada. Tecnologia e processo são meios, mas quem sustenta o relacionamento são pessoas cuidadas.”

Para ilustrar, compartilhou um case inspirador: a criação de um canal direto via WhatsApp 24×7 entre a Amil e a Defensoria Pública do Rio de Janeiro, que agiliza atendimentos de urgência e reduz ações judiciais. “Transformar é ter coragem, empatia e ação. É sobre fazer o certo, não o mais fácil”, concluiu.

Tendências pós-IA: o futuro é híbrido, rápido e humano

Encerrando o congresso, o painel Tendências sobre Melhores Práticas de Serviços ao Cliente pós-IA, mediado por Miguel Cui, Sócio-Diretor da TMKT Brasil, contou com Cíntia Rodrigues, Superintendente-Executiva de CX da Bradesco Seguros; Caroline Vabo, Diretora de CX do iFood; e Luiz Marcelo Santos Jr., Head de Growth da Blip.

Miguel Cui, Sócio-Diretor da TMKT Brasil, Cintia Rodrigues, Superintendente-Executiva de CX da Bradesco Seguros; Caroline Vabo, Diretora de CX do iFood; Luiz Marcelo Santos Jr., Head de Growth da Blip.

Os painelistas foram unânimes: o futuro é híbrido e exige líderes capazes de combinar dados, propósito e sensibilidade.
“A IA deve apoiar decisões, não as substituir”, disse Cíntia Rodrigues.
Para Caroline Vabo, a velocidade da inovação precisa vir acompanhada de aprendizado constante: “Testar rápido, aprender rápido e humanizar sempre.”
Luiz Marcelo ressaltou que tecnologia é commodity — o diferencial está em quem traduz informação em significado.

Um encerramento à altura de 25 anos de história

Ao final, Miriam Garrido voltou ao palco sob aplausos. Emocionada, agradeceu às empresas e profissionais que ajudaram a construir o legado do PrêmioABT.
“Somos a soma de milhões de vozes — de quem atende, de quem lidera, de quem acredita que excelência é fazer o certo mesmo quando ninguém está olhando.”

O Congresso PrêmioABT 2025 encerrou dois dias de celebração e aprendizado reafirmando seu papel histórico: inspirar o mercado e humanizar o futuro.
Porque, como lembrou Miriam, “o relacionamento com o cliente pode mudar de canal, mas nunca muda de essência: é, e sempre será, sobre pessoas.”

Texto: Angela Crespo

Imagens: Garrido Marketing

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